domingo, 11 de outubro de 2009

Ainda o Leão e a Senhora


Tem horas que seu corpo não mais lhe pertence. Nesses momentos é que se sabe que lutar contra não adianta.
E foi assim que ele se viu: indefeso. Por um momento ela percebeu que ele não acreditava no que estava acontecendo; não assim no meio da visita social, no meio da sala, no meio de uma confusão de sentimentos e sensações que ele, pelo menos nunca havia experimentado.
Começou com uma carícia até sutil. Sentado lado a lado folheavam uma revista quando a mão dela roçou de leve seu pênis por cima da calça. Ele pensou “foi um lapso”, mas o lapso se repetiu e se repetiu e não havia mais como ignorar o que ela tão conscientemente fazia.
Ele atirou o livro longe: foi parar a metros de distância, aberto, as páginas dobradas. Em outra ocasião ele soltaria um esgar raivoso, mas não agora, não no momento em que seu corpo gritava pra ser satisfeito por ela.
Bocas se encontraram curiosas, sôfregas. Peças de roupa foram retiradas com urgência entre arranhões, gemidos e lambidas. “Ele é dono de uma pele tão branca... - pensou ela enquanto o despia – e de um cheiro tão bom...”
Ele, por sua vez, não pensava. Não havia tempo pra isso: não quando ela o abraçava contra os seios gemendo, pedindo que a possuísse rápido, ali mesmo no chão da sala:
- Vem – ela murmura baixinho – vem por favor...
Novamente, o Leão e a Senhora não se contém. Mas quem pode?