terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Naquele dia


Naquele dia, apesar de apaixonados, os dois não fizeram amor.
Naquele dia não houve meiguice, não houve cuidado, não houve doçura.
Naquele dia ele não a acarinhou como sempre fazia, com vagar, languidamente.
Naquele dia ele não a chamou de querida, não soltou seus cabelos.
Naquele dia ele não falou palavras doces sobre seu cheiro,sua pele ou sua boca.
Naquele dia ele a comeu. Simples assim.
Ele a amarrou, vendou e despiu com pressa. Colou seu corpo no dela, caiu de boca em seu sexo. A fez se contorcer, a fez gritar, a fez tentar fugir dos golpes de sua língua travessa e safada.
Deixou que ela se debatesse num doce desespero, que chamasse seu nome num misto de súplica e desejo:
- Pára, por favor...
- Hum, você não ta sendo convincente...
- Por favor... Por favor...
- Me chame de Mestre...
Ela protestou fracamente:
- Nunca vou te chamar de Mestre...
E ele continuou as investidas cada vez mais rápidas e cada vez mais incisivas.
Ela se rendeu:
- Tá bom, tá bom: pára, Mestre!
- Fala de novo.
- Pára, Mestre!
- De novo!
Ela não tinha mais forças pra falar. O corpo não mais respondia, os lábios ressequidos.
Ele retorquiu:
- Você não entendeu ainda? Você é minha e eu faço com você o que eu quiser...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Jogos de adultos


É assim que me sinto
dona e senhora
escrava rebelde
menina mulher...
- Pra quem olha de fora não tem idéia de como ele é – pensa ela. - Por trás do jeito tímido e doce ele tem facetas que ninguém acreditaria se contasse.
Entre quatro paredes ele se transforma: passa a ser um homem passional, cheio de vontades, possessivo, deliciosamente violento.
Os olhos castanhos se tornam turvos, ele a olha como se a quisesse devorar, ele manda.
Mas ela não obedece. Não quer obedecer. Não quer que ele a dobre. Quer, sim, que ele se esforce pra conseguir o que quer que ele enlouqueça tentando, que ela possa ouvir a voz dele a ordenando fazer as coisas, que ele a segure nos braços a prense contra a cama, a trate como a escrava rebelde que tanto o excita.
Ela nunca sentiu algo assim. Nunca.
Ela pede pra ser vendada, pra ser rendida, pra ser deliciosamente seviciada.
- Você é minha, mulher...
- Não sou, não sou de ninguém...
- É sim. É minha sim...
Ela tenta se livrar e se espanta com o tamanho da força dele, de como ele consegue subjugá-la com facilidade, de como ele a olha como se fosse seu dono e tem a mais clara e inabalável certeza: ela é dele. Só dele.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Filme

Ele tem um cheiro doce. Cada vez que chega perto de mim é uma dificuldade pra que eu me controle. A vontade de tomá-lo nos braços é absolutamente imperiosa.
É verdade que nós tentamos nos conter. É: ten-ta-mos. Comportar-nos com nossos corpos tão perto é, como já percebemos, impossível.
Sendo fanáticos por cinema decidimos assistir a um filme no DVD. Escolhido o título nos esticamos no sofá, ele enroscado em meus braços envolto por minhas pernas.
As boas intenções duraram cerca de 15 minutos ou nem isso: não consigo deixar de acariciá-lo com ele tão perto de mim e aí já viu... deslizei minhas mãos pelo peito dele com extrema ternura, toquei com leveza sua barriga, seus braços e passei a brincar com seus mamilos. Ele se rendeu e buscou minha boca em desespero.
Ele geme, ele me pede, eu cedo. Pele com pele nos deixamos levar curtindo o momento.
Foi um filme delicioso. Pena que não me lembro qual...