quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O Evangelho segundo...

Eu nunca pensei que fosse gostar tanto de andar de moto. Tudo bem que minha paixão pela velocidade, em especial sobre duas rodas, é algo que me acompanha desde sempre, mas dessa vez não era o que estava debaixo de mim que me excitava e, sim o que eu enlaçava pela cintura e que se localizava a minha frente.
Na primeira vez em que fui de carona na garupa dele até que estava relaxada. Ele sabia pilotar bem a fera e eu não me senti nem um pouco insegura. De repente, numa das muitas curvas e voltas acertamos sem querer um buraco e instintivamente eu me colei toda nele apertando minhas coxas em sua volta:
- Ai Rafaela, essa chave de perna... - exclamou baixinho
- Olha, eu não fiz de propósito - respondi corando até a raiz do cabelo – foi reflexo, desculpa.
- Eu sei, mas imagina quando for de propósito. Nossa...
E por que ele disse isso? Claro que minha mente saiu vagando contemplando a idéia de me enroscar toda nele e...
Me recriminei baixinho. “Ele tem sido tão bom amigo e eu viajando nas possibilidades...” Mas como ignorar aquele corpo quentinho junto do meu?
Quando chegamos ao cinema naquele dia eu nem estava muito preocupada com o que pudesse acontecer. Nenhum de nós tinha muita certeza do que estava rolando e eu, recém chutada do que eu considerava um namoro feliz, pisava em ovos morrendo de medo de me envolver fosse da forma que fosse.
Sentados no escuro da sala ficamos de mãos dadas até que senti seus dedos deslizarem com vagar pela minha coxa e sutilmente tocarem a costura da calça jeans que eu usava. Não sei dizer se ele queria me atiçar ou foi algo impensado,mas não importou: senti como se meu estômago estivesse muito leve, um frio na barriga enorme, uma louca vontade de entreabrir as pernas e me deixar acariciar. Contei até 10 e, usando de toda a minha força de vontade, mudei de posição cruzando as pernas.
Mas ele era tenaz no que queria e me puxou pra perto pra um beijo. Nesse momento todos os meus nobres escrúpulos, meu autocontrole foram deixados de lado. Ele, com aquela lingua esperta, marota mesmo me tirava do ar... no exíguo espaço entre as duas cadeiras eu quis muito me aninhar nele mas não pude.
Voltei a sentar no meu lugar e ele voltou a tomar minha mão. Permanecemos comportados até o fim do filme.
No caminho de volta pra casa eu rezei pra todos os santos pra que não houvesse nenhum buraco na rua, prece difícil de ser atendida em uma cidade como São Paulo,mas até que a viagem foi feita sem incidentes e, ao chegar me sentia mais dona do meu corpo:
- Escuta, você quer subir um pouco?
- Até pode ser...
Sentamos na sala e desandamos a bater papo. Sempre foi assim conosco desde o primeiro dia de conhecimento: emendávamos um assunto no outro, rimos muito juntos. De repente uma longa pausa. Nossos olhares se cruzaram e um beijo aconteceu.
Eu fiquei estática num primeiro momento. Deixei que ele me quebrasse pouco a pouco os últimos resquícios de resistência.
Ele me abraçou deslizando as mãos pelas minhas costas, mordiscando com vagar meus lábios descendo uma boca faminta pelo meu pescoço.
Eu arfava baixinho... ele me estreitou mais nos braços e deslizou as mãos por baixo da minha blusa tocando minha pele com carinho. As mãos eram quentes como todo o resto dele.
Acredito que nunca fui despida tão rápido assim. Sentia que meu corpo não mais me pertencia, parecia ter vida própria. Quando vi eu já estava nua, as coxas afastadas:
- Vem um pouco mais para a beirinha... – disse e me puxou pelas pernas com delicadeza. Deslizei devagar na direção dele. Ele me beijou os seios, a barriga e foi descendo, descendo... eu mal podia me conter.
Numa combinação alucinante de língua, lábios e barba ele foi me enlouquecendo, me deixando entregue... eu não conseguia ficar parada, jogava meu sexo contra a boca dele, gemia, pedia, o chamava.
Naquela noite eu experimentei coisas que jamais havia sonhado, senti dores deliciosas, fui senhora, fui menina, fui vassala,fui mulher.

domingo, 16 de novembro de 2008

Beijo Roubado



Sabe qual o melhor beijo? Aquele que você não espera, que chega de repente,
que abala de um jeito que sua perna treme, sua cabeça lateja, seu estômago parece que
tem uma coleção de borboletas "avoando".
Pois é. Fazia tempo que eu não ganhava um beijo assim, até que o improvável apareceu
e o inesperado se fez:
- Vem aqui mais perto... - ele diz num sussurro
E nossas bocas se encostaram. Só as bocas, mais nada. Ah.. o gosto dele, a língua
atrevida rodeando meus lábios, se insinuando languidamente. Eu tento parar pra tomar
fôlego ele não deixa, ele explora, ele atiça. Não consigo e nem quero resistir a uma
invasão tão gostosa.
Ele beija devagar saboreando o que faz. Por alguns minutos, eu
esqueço de onde estou, eu não escuto, eu não vejo. Só sinto. Minha vontade é de acariciá-lo, mas não posso. Nem ele.
Naquele curto espaço de tempo eu me permito não raciocinar.
Devagar ele vai diminuido a intensidade das investidas, vai se despedindo. Nossos lábios vão se separando quando... ele retorna mais uma vez e mais uma vez eu abro minha boca e deixo que ele a descubra com carinho. Tão bom, tão bom.
Que lingua esperta... que boca quente... um beijo molhado, longo. Gosto do cheiro, da textura da pele dele, de perceber sua respiração acelerar enquanto nos acarinhamos, de seu hálito doce quando paramos por segundos pra retomar o fôlego.
Relutantemente, com o coração acelerado, eu me afasto e me sento numa cadeira perto dele. Páro pra fitar os
grandes olhos castanhos desse moço e meu pensamento viaja num universo de possibilidades.
Durante a tarde que passamos juntos, flashes desse beijo me vêm a mente. Inconscientemente passo a mão em meus lábios querendo que o momento volte.
Não tem nada como um beijo roubado. Nada.

sábado, 8 de novembro de 2008

Feriado


Eles já vinham se provocando fazia algum tempo. Ela dividida entre o pecado e a tentação. Ele talvez somente escravo de sua curiosidade. Acabaram decidindo tacitamente que aquilo era apenas uma fase, uma brincadeira entre amigos. Ele se tornou um confidente eventual sempre a par das indas e vindas dela com o namorado. Gentil, engraçado, um bom papo, alguém pra conversar e rir.
Naquele dia ela estava em casa, no exílio sempre bem vindo de seu quarto, cercada de livros, dvds, sentada na cama de casal que fora de sua mãe com um laptop no colo, quando ele a chamou no MSN:
- Oi!
- Oi!
- E aí o que tem de bom pra ver na Paulista?
- Não sei. Aluguei 5 filmes.
- Nossa, tudo isso?
- É – respondeu rindo – tô sem um tostão furado então vou ficar em casa assistindo.
- Quais filmes?
Ela enumerou os filmes e perguntou:
- Vc não quer vir aqui ver os filmes comigo?
- É... maybe
- Prometo que não te ataco – ela disse brincando
- Que pena – ele respondeu
Ela sorriu de si para si:
- Que amigo nipônico safado que eu tenho, hem?
- Ué, mas foi você quem falou da história de atacar...
Em seguida ele perguntou:
- Por que vc não vem aqui em casa ver os filmes?
- Não vou incomodar você?
- Claro que não!
- Quer que eu leve alguma coisa?
- Eu não tenho pipoca de microondas. Se quiser trazer...
- De microondas eu não tenho, mas tenho a normal. Você tem óleo e panela aí?
- Tenho sim
- Quer mais alguma coisa?
- Se você quiser trazer alguma coisa pode.
- Ok. Qual o seu endereço?
- Ué, você não anotou ainda? –respondeu rindo
Ela era a rainha de perder telefones e endereços de quem gostava.

Ela desligou o computador apenas para perceber que o filme que havia prometido levar não estava em sua casa:
- Ih, e agora?
Decidiu que passaria numa locadora de vídeo e alugaria o título. Levantou da cama, tomou um banho rápido e vestiu os inseparáveis jeans e camiseta pretos. Deixou soltos os cabelos negros envoltos somente numa faixa cor de rosa que lhe cruzava o alto da cabeça. Andava uma pouco descuidada consigo mesma, talvez vítima da ciranda de provas, leituras e aulas. Vida de concursanda não era fácil e ela parecia sempre estar correndo atrás de algo sem tempo para si.
Despediu-se da mãe e das tias e foi em direção ao ponto de táxi, imersa em pensamentos sobre o itinerário que faria. Decidiu que primeiro iria a locadora e depois para o apartamento dele. Foi até a loja meio receosa, pois, apesar de ser sócia de uma grande rede, nem sempre a filial tinha os filmes que ela queria.
Entrou na loja e foi saudada pela atendente:
- Bom dia!
- Bom dia - respondeu – você tem o filme tal?
- Me acompanhe, por favor.
O filme estava lá e ao ver que havia uma seqüência resolveu levá-la também. Dvds na mão, se dirigiu ao caixa onde pegou a pipoca e um pacote de Amanditas. Entregou tudo ao caixa apenas para escutar que havia pegado dois dvds do mesmo filme. Deixou a “seqüência” sobre o balcão.
Voltou ao táxi, disse onde queria ir e após uma rápida olhada no guia de ruas e uma breve corrida chegaram.

Ao chegar em frente a porta do apartamento dele percebeu que o número estava escrito com velas de aniversário. Achou engraçada a idéia:
- Oi!
- Oi, entra! – ele respondeu dando-lhe um beijo no rosto.
O apartamento era bem iluminado, grande e bem cuidado. Todo decorado em estilo japonês tinha na sala um tatame com dois futons azuis. Do lado esquerdo uma prateleira com chinelos de dedo bastante confortáveis. Do lado direito uma estante com uma série de brinquedos, dvds e bugigangas variadas. Ela se sentiu muito a vontade naquele ambiente.
- Olha, eu não tinha o DVD que você queria em casa, então aluguei - disse ela estendendo a ele uma sacola de plástico.
- Não precisava ter alugado, podia ter trazido outro.
- Nossa que apartamento legal! Quero ter um igual a esse quando crescer - brincou
- Bom, tour básico: aqui é a sala, aqui o quarto de bagunça, aliás tô pra arrumar esse quarto faz um tempo mas a gente se muda e as coisas vão ficando. Aqui é o meu quarto e aqui a cozinha.
Ela o seguiu até a cozinha. Também decorada com simplicidade, contava com a indispensável geladeira, um microondas, um fogão e uma estante com alguns alimentos na sua maioria enlatados e semi prontos. Uma típica cozinha de solteiro:
- Eu quase não uso o fogão. Só pra fazer miojo e chá. Chá na verdade eu faço no micoroondas.
- Chá verde? – ela perguntou
- Qualquer chá.
- Eu sou viciada em chá verde.
Ele colocara um pacote de pipoca no microondas que estava estourando enquanto conversavam:
- O pacote diz que deve esperar um intervalo maior que dois minutos entre os estouros...
Pipoca pronta,dirigiram-se para a sala para a sessão de cinema.
No meio da sala havia uma parafernália de fios, caixas de som e um vídeo game. No chão jazia um laptop ligado. Descalça, ela o observou pelejando com o DVD:
- Meu DVD não está ligando acho que queimou...
Ela riu : - Quer ajuda?
- Não precisa – disse ele – retirando o aparelho do meio da confusão de fios e ligando-o numa tomada diferente – ah, não queimou não. Deve ser algum mau contato.
Finalmente ele conseguiu ligar o aparelho. Ela já havia entregado o DVD a ele.
Ele sentou-se num futon enquanto ela se sentou em outro. Ela lhe disse:
- Senta aqui, ó!
Sentaram-se lado a lado. A luz que vinha da rua fazia reflexo na tela da TV o que o obrigou a fechar a cortina de treliça. Mesmo assim não adiantou muito e ela pediu:
- Posso me apoiar em você?
- Pode.
Ela se deitou no colo dele e o filme começou.
Ela não soube precisar quando os carinhos começaram. Na verdade, soube sim. Do meio do filme para frente, meio inconscientemente a princípio, ela passou a fazer um delicado carinho na perna dele. Depois, percebendo que o carinho era bem vindo passou a fazê-lo com mais interesse. Passados alguns minutos ele passou a corresponder. A carícia era inocente, gostosa.
O filme acabou e ela perguntou:
- Então, vamos ver outra coisa?
- Eu tenho esses dois que eu peguei pra ver – disse ele
Eram dois DVDS de uma troupe de circo bastante famosa. Nada mais normal para ele um entusiasta da arte circense.
Ele colocou o DVD no aparelho e ela novamente se deitou no colo dele. Os carinhos foram reiniciados, mas agora com mais intensidade. Ele afagou suas costas coluna abaixo, provocando nela arrepios. Ela sentiu que seu estômago parecia muito leve como se tivesse um vácuo dentro dele. Ele subiu por seus braços, tocou os lóbulos de sua orelha, seus cabelos, afagando as mãos dela que envolviam os próprios ombros. Depois de algum tempo ela disse:
- Assim ta difícil de se concentrar...
Apesar dos carinhos serem agora abertamente mais ousados ela não conseguia encará-lo e nem ela a ele. De olhos fechados ela passou a tentar acariciá-lo de volta. Como sentiu dificuldade, ela os abriu apenas para vê-lo praticamente deitado, olhos fechados (olhos que ela gostava de dizer que eram “rasgados na face”), cabeça jogada para trás, o corpo arqueado para cima na direção de sua mão. Tomando coragem ela deslizou a mão pela barriga e peito dele e seguiu a trilha com beijos. Ele passou a puxar a própria camiseta pra cima pra dar maior acesso a seu corpo, mas ela queria sentir os lábios dele. Roçando o rosto no dele alcançou seus lábios e trocaram seu primeiro e desajeitado beijo.
Ela voltou a afagá-lo e ele guiou a mão dela em direção ao pênis dele já bem saliente embaixo da bermuda que usava. Ela o acariciou um pouco em cima da roupa. Ele passou a lhe beijar os seios meio descobertos. Em seguida retirou a camiseta puxando-a acima da cabeça numa manobra que a excitou mais ainda. Ela sempre adorou ver um homem se despir daquele jeito. Sempre.



Ele retirou a calça jeans que ela usava juntamente com a calcinha. Agora ela estava nua da cintura para baixo. Ele, da cintura para cima. Ela retirou a própria camiseta e o abraçou. O contato entre as peles era delicioso. Ele era delicioso.
Voltaram a se deitar no futon ele a envolveu com os braços enquanto ela se apoiava no peito dele. Os carinhos diminuíram um pouco de intensidade mas continuaram acontecendo. Ela perguntou:
- Você tem camisinha?
- Hum?
- Você tem camisinha?
- Tenho.
- Então pega.
- O quê? Desculpa não ouvi.
- Então pega - ela respondeu rindo
Ele foi buscar a camisinha e voltou para os braços dela. Depois de algumas tentativas frustradas ele perguntou:
- Vamos pra minha cama?
- Tá bom.
Ele se levantou e tentou abraçá-la. Ela não entendeu o gesto e lhe deu a mão. Ficaram meio atrapalhados nessa de “dá a mão ou abraça”:
- É impressão minha ou nós dois estamos cheios de mãos? - ela perguntou rindo
- Nós dois estamos cheio de mãos, sim - ele respondeu sorrindo
Foram para o quarto dele onde transaram com vagar.

- Nossa, bom esse filme, né? Vamos ver a seqüência?
Ela gargalhou:
- Nunca mais eu vou assistir show circense com da mesma forma.
Ficaram ali deitados, abraçados, ele fazendo carinho e conversando com ela. Um clima gostoso, doce. Ela perguntou:
- Posso te fazer uma pergunta?
- Pode.
- Você me convidou pra vir aqui já pensando que fosse rolar?
- Não. Eu convidei pra ver o filme. Pensei que, no mínimo, eu iria ter uma ótima companhia pra assistir ao filme.
- Sabe que nunca eu fiz isso?
- Ó meu Deus, transei com uma virgem, tô com a consciência pesada...
- Não, tô falando assim...
Ele fez uma pequena pausa:
- Que dia!
- Isso é o Lippy ou o Hardy falando?
- Não é isso - ele disse meio brincalhão - é que eu sempre pensei nisso, mas nunca imaginei que um dia fosse rolar. Você pensou nisso?
- Pensava sim, cheia de culpa.
- Ué, por que?
- Porque eu tinha namorado, né?
- Eu não tinha, então...
- Sorte sua - ela respondeu sorrindo
- Eu nem sei como os papos no msn começaram a esquentar,mas foram esquentando...
- É...
- Teve um dia que eu estava falando com você daquela menina, você desdenhou...
- Eu desdenhei?
- É disse: “foi só isso?”
- Eu não desdenhei, eu...
- Fiquei louco naquele dia...
Ela ficou feliz de que ele se lembrasse do dia e do papo ocorrido há mais de 4 meses atrás, mas nada disse:
- Lembra que eu falei pra você que nós dois numa superfície “deitável” não ia prestar? -ela perguntou
- É, mas prestou!
- Você entendeu o que eu quis dizer...- ela respondeu rindo
Ela voltou a acariciá-lo:
- Você geme gostoso, né?
- É?
- Geme sim - ela respondeu voltando a acariciá-lo. Deslizou a mão pelo peito dele
- Tô fazendo um esforço pra não gemer aqui - ele respondeu meio arfante
De repente o celular dela avisou que havia recado. Ela se levantou:
- Preciso ver que recado é...
- Ai, então vai ver, vai ver.
Ela foi e voltou em tempo recorde:
- Onde estávamos? –ele perguntou
Ela sorriu
- Você estava gemendo - ela respondeu
- E onde VOCÊ estava? – ele perguntou
Ela voltou a acariciá-lo:
- Que doce tortura – ele disse – sua provocadora.
Daquele momento em diante a única coisa que ele conseguia repetir era “que gostoso, que gostoso” até que a explosão do orgasmo o acalmou:
- Ai, você me deixa mole. Inteirinho – completou rindo.
Ela se levantou da cama para lavar as mãos e voltou para a cama para os braços dele. Ficaram ali abraçados durante um tempo que ela não soube precisar até que ele perguntou:
- Está com fome?
- Um pouquinho...
- Então vamos pedir uma pizza? Você escolhe metade e eu escolho metade. Do que você quer?
- Margherita e você?
- Eu vou pedir uma com mais sustância – deixa eu ver: lombo com catupiry
Ela riu:
- Nossa! Você pode, peça - disse
Ele se levantou, pediu a pizza e eles foram para a sala ver TV. Ficaram ali, sentados olhando para o aparelho enquanto a comida não chegava. Finalmente chegou e ele desceu para buscá-la. Ela comeu um pouco e pediu:
- Posso pegar um pedaço da sua?
- Ela não é minha, é nossa. Pega.
A impressão que ela teve foi que ambos ficaram meio sem saber o que fazer depois que tudo aconteceu. Comeram a pizza papeando animadamente. Ele falou sobre seu trabalho, seus amigos, a faculdade, ambos riram muito juntos, mas o momento de encantamento havia passado. O coração dela ficou meio apertado porque naquela altura do campeonato já estava gostando um pouco dele e esperando que quem sabe ele também tivesse se encantado um pouco com ela. Mas não deixou transparecer seus sentimentos.
Voltaram para a sala e conversaram um pouco mais até que ela percebeu que estava na hora de ir embora:
- Bom, eu vou indo. Já tá tarde. – ela disse
- Ta bom – ele respondeu – eu te levo lá embaixo
Foram juntos até a portaria. Ele se despediu com um beijo no rosto e a frase:
- Agora você já conhece minha casa.
- Verdade. Obrigada por tudo.
- Até a próxima.
Ela entrou no táxi e foi para casa.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sábado


Confesso: eu estava nervosa. Difícil dizer o quanto me surpreendeu e (por que não?) envaideceu o convite:
- Ju, estou aqui em casa sozinho de bobeira. Você não quer aparecer pra colocar o papo em dia?
- Se for só o papo...
- Você sabe que não é só o papo
- Eu sei só estou te enchendo
- E eu estou só continuando o papo...
Senti-me na obrigação de avisá-lo:
- Olha, eu to mio gordinha...
- Ué, vc engordou desde última vez que nos vimos?
- Não, até emagreci, mas...
- Bom, eu estou em perfeita forma. De quibe...
Ri intimamente. Ele continuou:
- Olha, Ju, o fato de eu estar acima do peso te incomoda?
- Não
- então porque o fato de você achar que está acima do peso deveria me incomodar?
Nesse momento parei de me preocupar.
Peguei um táxi num misto de regozijo, medo, ansiedade, aflição e sabe-se lá mais o quê. O trajeto foi relativamente curto, mas pra mim pareceram horas.
Chegado na frente do prédio dele, me fiz anunciar e claro entrei no lado errado do edifício o que me obrigou a retornar ao lado correto sob o olhar divertido do porteiro:
- Moça, é por aqui.
Um último retoque na frente do espelho do hall e tomei o elevador.
Quando ele me abriu a porta não sabia como agir. Sorri:
- Oi
- Oi, entra. Espero que não se incomode com a bagunça
- Não, imagina.
Ele me olhou cofiando a barba:
- E aí, já tinha me visto de barba?
- Não. Gostei. Te deu um ar de intelectual.
Vi a TV ligada:
- O que vc estava assistindo?
- MTV. Está uma porcaria...
Me sentei no sofá e ele se acomodou ao meu lado. Não tive tempo pra dizer nada: ele me puxou pra perto tomando minha boca num beijo delicioso. Tinha uma boca absolutamente sôfrega. Me colou de encontro ao corpo dele enquanto eu envolvia as mãos nos em seus cabelos negros lisos. Ele deslizou os lábios meu pescoço abaixo se detendo no meu colo. Aos poucos foi me deitando no sofá enquanto se acomodava sobre mim. Percorreu meu corpo com as mãos ainda por cima da roupa enquanto eu o enlaçava pela cintura com as pernas.
Depois de um tempinho nesses carinhos ele se levantou e me tomou pelas mãos me levando até o quarto dele. Chegando lá o afã era tão grande de se tocar que disputamos quem tirava a camiseta do outro primeiro. Acabei ganhando e pude senti-lo então colado a mim, coração descompassado, membro duríssimo. Caímos na cama aos beijos.
Com certa urgência ele puxou minha calça pra baixo enquanto beijava meus seios com certa sofreguidão. Eu me contorcia de prazer debaixo dele. Ele deslizou a boca dos meus seios pra minha barriga e daí pro meu sexo. Estava completamente molhada quando senti sua língua me tocando primeiro com vagar depois com mais pressa. Eu me arqueei toda empurrando meu clitóris de encontro aos lábios dele. Não conseguia me conter e repetia o nome dele numa espécie de mantra:
- Ai,, ai...
Ele se deteve por alguns minutos e deitou-se a meu lado voltando a me beijar. Senti que agora poderia responder aos carinhos e tomei seu pênis inteiro dentro da boca enquanto acariciava suas coxas. Ele gemeu baixinho e eu me pus a lambê-lo em toda sua extensão. Por um momento o observei: estava de olhos fechados, cabeça jogada pra trás um meio sorriso nos lábios.
Voltei a beijá-lo e ele voltou a deitar-se sobre mim. Abri minhas coxas esperando por ele. E ele veio: doce, gentil, terno. Me penetrou com cuidado eu ajudando sentindo-o todo dentro de mim. De repente ele me puxou pelas mãos e sem sair de dentro de mim me colocou sobre ele. Então ele gostava de ser cavalgado... Uma grata surpresa.
Voltei a me deitar e esperei por ele. Senti meu gozo chegar e tremendo o enlacei pelos ombros. Gozei deliciosamente. Ele ainda continuou se movimentando até que ouvi um gemido muito baixinho e o corpo dele estremeceu todo. O gozo havia chegado pra ele também.
Ele tomou minhas mãos entre as suas e, deitando do meu lado, mergulhamos juntos numa divina exaustão.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Cego


Não há nada mais irritante do que barulho quando se está tentando estudar. Sentada na sala de aula me irritavam profundamente celulares e bipes que disparavam no meio da explicação do professor.
Certo dia achei que havia tirado a sorte grande: nenhum ruído se fazia ouvir. Sorrindo, abri meus livros apenas para que um plic plic plic começasse. Parecia que alguém batia com a caneta em uma prancheta de madeira. Arrisquei uma olhada para o fundo da classe procurando enxergar que estava fazendo o barulho. Nada. Depois da quarta tentativa me levantei pronta a dar uma bronca quando vejo que o autor do plic plic era um rapaz com deficiência visual. Caí das nuvens envergonhada e tornei a me sentar.
Na hora do intervalo fui ter com ele:
- Oi.
- Oi – respondeu com voz simpática – quem é?
- Meu nome é Maria Carolina, mas pode me chamar de Carol e o seu?
- Luís. Maria Carolina. Bonito nome.
- Obrigada. Faz tempo que você está estudando?
- Sim, mais ou menos uns três anos. E você?
Embatuquei. Digo a ele que estou na batalha há muito mais de três anos?
- É... Eu...
- Se não quiser não precisa falar, ok?
- Faz um tempinho já - disse meio sorrindo
- Essa vida de concursando não é pra qualquer um né? Mas não se preocupe cedo ou tarde você passa. Basta não desistir.
Nesse momento uma mulher extremamente bem vestida entrou e chamou:
- Oi Luís !
- Oi Patrícia. Podemos ir.
Ele se levantou, dobrou a bengala e se apoiou no braço dela:
- Bom, vou indo Carol. Obrigado pelo papo.
- Tchau.
No dia seguinte acordei atrasada e corri pro cursinho completamente esbaforida. O elevador parou no térreo e rapidamente apertei meu andar quando escuto uma voz:
- Segure o elevador, por favor.
Enfiei meu braço para segurar a porta e Luís entrou:
- Obrigado
- De nada
- ah! Carol. Tudo bom?
- tirando o fato de estar atrasadíssima, tudo.
- então somos dois. Será que você me ajudaria a chegar à sala?
- Claro – ofereci o braço
Luís segurou em meu cotovelo e saímos andando. Inadvertidamente o nó de seus dedos esbarrou em meus mamilos enquanto nos movimentávamos. Não pude evitar que intumescessem numa reação natural ao estímulo que recebiam. Os sentia sensíveis e meu corpo a ser tomado por uma leve excitação.
Procurei me controlar e dei graças a Deus quando chegamos à classe:
- Obrigado Carol
- De nada - respondi e corri para o banheiro. Fechei a porta e me masturbei por alguns minutos pensando como seria fazer amor com o Luís. Não precisei fantasiar muito: logo estava gozando.
Joguei uma água no rosto e voltei pra sala.
Ao final da aula Luís me chama:
- Carol
- Pois não?
- Escuta será que eu poderia lhe pedir um favor?
- se eu puder ajudar...
- você emprestaria seus cadernos pra mim? Preciso passar algumas aulas que perdi para o Braille.
- claro você tem quem os leia pra você?
- Patrícia me ajuda
- Ah! A morena bonita de ontem... Você tem bom gosto.
Ele riu:
- Bom gosto?
- Sim, pra namorada.
- Carol, ela é minha irmã mais nova, não minha namorada.
Fiquei com cara de tacho. Emudeci.
- Carol eu sei que você está ai. Estou ouvindo sua respiração.
- Luís desculpa o fora. É que eu tinha certeza de que ela era...
- Não esquenta não. Ela vai adorar saber que você a achou bonita.
- Luís pelo amor de deus não fale nada pra ela
- Se você prefere assim...
- Prefiro
Ele se levantou, recolheu as coisas e disse:
- Você me daria uma ajuda até a garagem do prédio?
Xi pensei, mais tortura? Mas como dizer não?
- Tudo bem, vamos lá.
Pedi pra que Luís esperasse um pouco enquanto chamava o elevador e em seguida fui buscá-lo.
- Pode vir disse dando-lhe o braço
Ele se apoiou em mim e fomos andando. Dessa vez fiz de tudo para que ele não esbarrasse em meus seios como da última vez. Porém quando entrávamos no elevador uma menina saiu meio correndo e esbarrou em mim puxando minha blusa e bagunçando a alça de meu sutiã pro lado. Novamente meus mamilos estavam à mercê dele e o pior fora do bojo.
Tive a impressão de que o elevador não chegava nunca. Luís conversava comigo gesticulando, cada movimento acariciando um pouco mais. Num momento parei de responder as pernas meio bambas.
- Carol, está tudo bem? Está meio quietinha hoje.
- Não. Está tudo bem. Chegamos.
Dei-lhe os cadernos. Ele se desprendeu de meu braço, abriu a bengala e saiu.
Fiquei eu, excitada e sem jeito olhando-o partir.

Por dois dias não vi Luís. Recriminei-me por não ter seu telefone, afinal precisava dos cadernos. Eis que na sexta feira ele aparece.
- Oi moça!
- Oi sumido!
- Trouxe seus cadernos, viu? Muito obrigado. Ajudaram horrores.
- Sempre que precisar estão às ordens...
- Sem querer abusar de sua paciência será que você me emprestaria as aulas dos dois últimos dias. Precisei faltar e acabei não pegando nada ainda.
- Claro. Na saída entrego a você.
Naquela altura do campeonato não sabia se deveria ficar perto dele de novo, mas a lembrança daqueles dedinhos inocentes...
Na hora da saída:
- Luís estão aqui os cadernos.
- Pode me dar
- Você não quer que eu te leve até a garagem?
- Não precisa. A Patrícia vem me buscar hoje.
Desapontei um pouco.
- então ta. Amanhã a gente se vê.
Saí andando
- Carol
- hum?
- Até o elevador eu agradeceria sua ajuda
Sorri intimamente
- Vamos lá então. Só um segundo. Vou até o banheiro.
Corri para dentro do lavatório e rapidamente me livrei do sutiã que coloquei dentro da bolsa. Respirei fundo e corri pra encontrá-lo.
- Vamos? Dei-lhe o braço.
Fomos andando e eu propositadamente reclamei de uma inexistente dor na perna para que fôssemos mais devagar. Que delícia... Estava tão bom que acabei soltando um gemido baixinho.
- Está gostoso? - sussurrou
Tive um sobressalto
- Que foi Luís?
- Quero saber se está gostoso o carinho.
Olhei pra ele atônita.
- Está?
-...
- Ontem você ficou quietinha, mas parecia um pouco incomodada. Hoje já vi que estava gostando já que correu pra tirar o sutiã, andou devagar e gemeu baixinho. Pelo visto acertei hoje. Os biquinhos estão bem durinhos.
-...
- Oi Patrícia. Vamos indo?
Era a irmã dele que chegava.
- Oi, Carol. Obrigada por cuidar do meu irmão.
- De nada, Patrícia, foi um prazer.
Acabei de dizer a frase e corei até a raiz dos cabelos.
- Está podendo, hem, mano? Um prazer cuidar de você?
- Pois é, Paty, não é todo mundo que me odeia. Até amanhã, Carol.
- Até amanhã, Luís.
- Foi um prazer te fazer companhia também. Literalmente.
Soltou um riso baixinho e foi embora.
Chegando em casa não pude deixar de pensar no que havia acontecido,mas como encará-lo na segunda feira?

Foi o final de semana mais longo da minha vida. Fiquei andando por meu apartamento meio sem rumo arrumando coisas e em seguida desarrumando, abrindo livros e não conseguindo ler, não tirava Luís da cabeça.
Na segunda feira estava um pouco mal humorada porque não dormira bem duas noites pensando nele e procurei evitá-lo de todas as formas. Precisava apenas de meus cadernos de volta e foi nesse ânimo que o abordei ao final da aula.
- Oi Luís!
- Oi linda!
- Escuta, será que você poderia me devolver meus cadernos? Preciso estudar com urgência hoje.
- Claro eles estão em cima da minha carteira. Vou pegá-los pra você.
- Não precisa, eu pego.
-...
Corri até o lugar dele e peguei meus cadernos e voltei pro meu lugar. Não o procurei na hora do intervalo e na saída vi que ele vinha em minha direção.
- Carol, eu...
- Olha, Luís, hoje eu to morrendo de pressa, então não posso te levar pro elevador. Tudo bem se você for sozinho?
- Tudo.
- Então tchau, até amanhã.
Coloquei a mochila nas costas e fiz menção de descer a escada quando ouço um estrondo. Parecia que algo ou alguém tinha se estatelado no chão.
Corri pro lugar do barulho somente pra ver Paulo abaixado esfregando a canela.
- Luís, está tudo bem?
- Está sim. Mudaram a lixeira de lugar e eu não percebi. Não foi nada.
- Precisa de ajuda, eu...
- Não. Você me disse que estava com pressa. Vá.
- ...
- Vai Carol. Eu me viro. Não é a primeira vez que isso me acontece e não vai ser a última.
Deixei Luís lá e desci as escadas. Sentia-me um lixo.

Nos dias que se seguiram Luís tornou-se mais retraído comigo e eu com ele. Não sei o que me fez fazer isso. Sentia um misto de raiva por ter sido descoberta e de surpresa por ele ter me usado tanto quanto eu a ele.
No fim da semana, sexta feira, Patrícia me liga no celular.
- Oi, Carol
-Oi, Patrícia, tudo bem?
- tudo em ordem. Seguinte será que você poderia me fazer um favor?
- se eu puder...
- Precisarei resolver umas coisas na sexta feira e não vou poder buscar o Luís. Será que você daria uma carona pra ele até em casa? Ele mora perto de você e eu não queria que ele saísse à noite do curso sozinho.
- Tudo bem. Só que a carona que vou dar vai ser a pé porque estarei sem carro. É o dia do meu rodízio.
- O que importa é ele não andar sozinho pela Augusta.
- Nesse caso então tudo bem
- Mais uma coisa: não fale pra ele que eu pedi isso pra você, ok?
- Ok.
- ele acha que eu o superprotejo e está certo. Ele vai ficar puto se descobrir.
- tudo bem não falo.
- Obrigada. Beijo.

Na sexta feira logo cedo não vi o Luís. Cheguei, arrumei minhas coisas na carteira e me concentrei na aula de processo civil. Luís entrou na sala apenas para a ultima aula.
Aula finda fui até sua carteira.
- Oi Luís
- Como vai Maria Carolina?
- Tudo bem.
O que aconteceu com “Carol”? Pensei.
- Você esta de carro hoje?
- Não a Patrícia não vem me buscar. Por quê?
- é que eu precisava de uma carona até em casa, mas tudo bem. Pego um táxi.
- Você é quem sabe.
Fiquei besta com tanta frieza, mas não me fiz de achada.
- você mora na Lorena, né?
- sim
- então podíamos dividir um táxi o que acha?
- não estou a fim de gastar dinheiro, mas obrigado pelo convite.
Droga. Acabaram as desculpas.
- Ok, então. Tchau.
Ele nem me respondeu ocupado com as folhas de um resumo.
Peguei o elevador e esperei um pouco até que ele descesse. Sentei num dos banquinhos em frente ao prédio do curso e acendi um cigarro. Ele passou por mim
- Luís
- Fala
- Estou indo pra casa. A oferta ainda está de pé.
- Não obrigado. Prefiro ir andando.
- Posso ir com você?
- Pra quê?
- Pra não ir sozinha.
- Claro e eu sou um excelente guarda costas né? disse rindo
- Não preciso de guarda costas é só pra ter companhia...
- Carol o que você quer?
- Ué, alguém pra ir comigo no caminho e...
- Você sabe do que estou falando.
Silenciei por um momento
-Carol, eu sei que você está aí.
- Olha Luís, me desculpa pelo que fiz na semana passada.
- Carol, não tem que se desculpar. Não há mal nenhum em ser mulher.
-...
- Só não entendi porque você ficou tão brava daquele jeito. Você achou que porque eu não vejo também não sinto?
-...
- Eu sabia que você estava interessada desde o início.
- Como? Eu não falei nada...
- Seu cheiro. Você quando está excitada fica com um perfume diferente.
- Você fala como se eu estivesse no cio...
- E está?
-...
- Se está, eu posso ajudar, quer?
Pensei que ele estava me oferecendo a chance de realizar uma das minhas fantasias mais antigas. Transar com alguém que não enxergava devia ser uma experiência bem diferente.
Pensei um pouco.
- Quero Luís.
Ele sorriu.
- Então vamos pra minha casa. Mas não vou encostar em seu braço.
Descemos a Augusta conversando. Ele me contou que havia ficado cego aos 10 anos de idade e que desde então seus pais o fizeram aprender tudo que pudesse para que não dependesse de ninguém. Começara cedo na escola para cegos aprendendo a lidar com a bengala, a ler em Braille, a usar seus ouvidos como poderosos aliados.
- E namoradas?
- Tive algumas, mas a melhor de todas foi uma puta que conheci.
- Você namorou uma prostituta?
- Sim.
- e não tinha ciúme?
- Tinha , mas ela tinha deixado claro desde o começo que não largaria a profissão embora se cuidasse muito.
-...
- Foi ela que me iniciou e me ensinou muita coisa.
- Quantos anos você tinha?
- Uns 16
- Só?
- Eu achei que já estava velho...
- E ela era boa professora?
- Espere o final da noite pra me responder isso.
Chegamos à porta do apartamento dele.
- Oi Luís
- Oi Seu Edivânio, tudo bom?
- Tudo em ordem. Quem é a moça?
- Uma amiga minha. A Carol.
- Muito prazer respondi
- O prazer é meu. Vamos entrando.
Cruzamos o rol de entrada do prédio e esperamos o elevador. Entramos.
Mal fechei a porta e Paulo me puxou pra perto dele, me abraçando.
- Esse seu cheiro está me deixando maluco sabia?
Com cuidado ele me puxou pra perto e com delicadeza encostou os lábios nos meus. Mordiscou meu lábio inferior.
Abrindo a boca, deixei que ele a invadisse com sua língua em gentis movimentos circulares. Devagar me estreitava de encontro ao peito dele acariciando minhas costas. Correspondi dançando com minha língua dentro da boca dele enquanto mergulhava meus dedos por entre o cabelo dele. Quase sem fôlego afastei minha boca da dele apenas para que ele deslizasse os lábios pelo meu pescoço.
O elevador parou no andar dele e continuamos nos acariciando por um tempo até que ele me afastou um pouco e me disse:
- Vamos entrar?
Saímos do elevador e enquanto tentava me recompor ele abriu a porta do apartamento.
- Bem vinda ao meu castelo.
- Obrigada.
Larguei meu casaco numa cadeira e entrei.
O apartamento era mobiliado com gosto. Tinha fotos em todos os cantos, CDS de musicas variadas, revistas e livros em Braille empilhados com esmero.
- Legal sua casa.
- Gostou? Um amigo meu quem mobiliou. Disse a ele o que queria e ele montou pra mim
- Sorte sua ter um amigo assim.
Ele me tomou pela mão.
- Agora venha cá. Quero que você participe de um jogo. Topa?
- Depende do jogo...
- Você será meu olho é o nome.
Tomando-me pela mão ele me levou até seu quarto e pediu:
- Sente-se na frente do espelho e me espere. Volto já,
Sentei-me na frente do enorme espelho que ele tinha no quarto sem entender o porquê de um cego ter um espelho daquele tamanho na frente da cama, mas enfim.
Não demorou muito e ele voltou com um prato cheio de mousse de chocolate.
- Agora, Carol, quero que você se levante e se sente no meu colo.
Levantei da cama, ele se sentou e me colocou em seu colo.
- Isso.
Com cuidado ele fez com que apoiasse minhas costas no peito dele e enfiando os dedos no mousse passou-os em meus lábios.
Lambi os dedos dele e minha boca se encheu de um gosto de chocolate meio amargo. Estava uma delícia.
- Está gostoso?
- Uma delícia...
- Está sentindo a textura?
- Sim
- É toda macia, porém, tem furinhos a língua passa com facilidade e ele vai derretendo aos poucos na boca
- isso
Aos poucos eu ia lambendo o doce das mãos dele enquanto sua outra mão começou a se insinuar por baixo de minha blusa. Com cuidado ele começou a puxá-la para cima me desnudando. Acariciou um pouco minha barriga enquanto procurava desabotoar meu sutiã. Fiquei nua da cintura para cima.
- Agora Carol quero que você descreva o que eu pedir está bem?
- Sim
Paulo retirou os dedos de dentro de minha boca e passou a brincar com meus mamilos.
- Como estão seus mamilos agora?
- Grandes, claros.
- E agora?
- Estão começando a ficar mais escuros.
- De que cor?
- um marrom avermelhado
- e tamanho?
- estão diminuindo o diâmetro gemi baixinho
- e os biquinhos?
- Estão ficando mais altos, mais duros, mais escuros.
Comecei a não conseguir falar mais. Gemidos altos escapavam de meus lábios e eu esfregava meu corpo no dele.
Ele tirou sua camiseta e se encostou mais em mim.
- Quero sentir seu corpo
Colou seu peito em minhas costas enquanto envolvia meus dois seios com as mãos
- Você tem uma pele macia. De que cor é?
- Morena clara.
- E seus olhos de quem cor são?
- Castanhos escuros.
- Cabelos?
- Pretos.
Ele ia me fazendo perguntas e eu cada vez mais tinha dificuldade pra responder conforme as carícias iam ficando mais gostosas.
Devagar ele deslizou as mãos pelas laterais do meu corpo para em seguida envolver minha barriga com seus braços. Com lentidão torturante deslizou os dedos no cós da minha calça me acariciando de um lado a outro.
Eu me contorcia de prazer. Com dedos hábeis abriu minha calça e com um puxão decidido retirou meu jeans e a calcinha que eu usava.
Olhei-me no espelho e pela primeira vez na minha vida não me senti gorda nem feia e nem com vergonha do meu corpo.
Luís colocou as duas mãos na parte interna e minhas coxas e foi devagar deslizando os dedos em direção ao meio de minhas coxas.
Abri mais minhas pernas pedindo pra ser tocada.
Com seu dedo médio abriu meus grandes lábios e passou a acariciar um clitóris que praticamente pulou para suas mãos. Eu arfava.
- De que cor está aqui onde estão meus dedos?
- Ah... Rosa claro
- E agora? Perguntou enquanto aumentava o ritmo dos dedos
- começando a ficar vermelho
- e aqui? Perguntou enquanto tocava meu clitóris
- ah ah ... vermelho
- está lindo... Vibra em minhas mãos, molhado, quente.
Sem parar de me acariciar Luís deslizou a língua pelo meu pescoço.
Achei que fosse gozar, mas ele diminuiu o ritmo o suficiente para que eu não acontecesse de imediato.
Respirei fundo.
- Deite aqui um pouquinho, pediu.
Obedeci.
Ele tirou o resto das roupas e se deitou ao meu lado.
- Agora não precisa mais falar, está bem?- disse, sorrindo - Apenas deite de bruços.
Ao fazer menção de me deitar ele se posicionou atrás de mim e me vendou.
- Agora chegou sua vez de usar todo o seu corpo.
Deitei-me, vendada, e ele pediu:
- Não se mexa.
Com cuidado derramou o que restava do mousse em minhas costas e passou a me lamber começando da base da coluna até o início de minha nuca. O contraste do mousse frio e a língua quente dele ela enlouquecedor. Ele repetiu o procedimento mais algumas vezes e na ultima vez deixou que o mousse deslizasse para dentro de mim. Seguindo o caminho com a língua ele se deteve por alguns minutos se deliciando e me deliciando junto.
Por fim se deitou sobre minhas costas afastando minhas pernas. Acariciou-me com eu pênis ereto esfregando com cuidado para cima e para baixo, Por fim colocou a ponta de seu pênis se encaixando em mim. Devagar deslizou para dentro.
Gemi alto. Como eu esperara aquele momento... Num primeiro momento ele apenas deu pequenas investidas se colocando pouco a pouco aproveitando que estava bastante molhada para abrir caminho. Sentia que ele entrava aos poucos até que se colocou todo dentro de mim.
Apoiado nas mãos ele passou a se movimentar para dentro e para fora enquanto eu o acompanhava mexendo ritmadamente os quadris. Ele me puxou para perto dele me colocando de quatro e passou a falar baixinho em meu ouvido.
- Você é uma delícia sabia?
Foi o que bastou não pude segurar mais. O gozo veio com uma força enorme e pela primeira vez em minha vida eu gritei de prazer.
Luís vendo que havia gozado me deitou novamente e com o corpo totalmente colado no meu passou a se movimentar com mais rapidez, gemendo, mordiscando meus ombros. Sua respiração foi ficando mais e mais entrecortada e por fim ele jogou seu quadril totalmente pra frente enquanto soltava um longo suspiro. Senti que era inundada por um gozo quente.
- Ai Carol, ai Carol... Disse e se deixou cair pesadamente em minhas costas ainda dentro de mim.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Casado


Ele é casado. Muito bem casado. Acho que foi isso que me fez querê-lo mais.
Naquele dia eu descobrira o significado de acordar do lado errado da cama. A lei de Murphy havia surgido com toda a força: saí atrasada para o trabalho, esqueci que era dia de rodízio, tomei uma bronca do chefe e, pra complicar meu carro quebrou.
Nessa sucessão de mini tragédias eu ainda tentei manter o bom humor, mas no momento em que desci do carro debaixo do maior aguaceiro, e meu salto quebrou eu perdi completamente a cabeça.
Sai esbravejando estacionamento a fora xingando todos os nomes que conhecia, acho que até inventei uns novos...
Ensopada até a medula tentei me refugiar em baixo de um beiral minúsculo que vira de longe e escuto:
- Camila?
- O que? Respondo bruscamente
- Oi, sou eu, o Rodrigo, lembra de mim?
Por um instante vasculhei os arquivos mentais sem lembrar direito até que:
- Rô! Oi tudo bom?
- Nossa eu achei que fosse você, mas não tinha certeza, tudo bom?
- Tudo em ordem... Quer dizer médio
Ele sorriu:
- É... Essa chuvinha atrapalha mesmo...
- E o que você tem feito de bom? Como vai a Dani?
- Nós não estamos juntos há muito tempo, mas conheci a Bia e nos casamos
Tomei um susto:
- Você casou? Nossa! Parabéns!
- Obrigado! E vc como vai? E suas tias?
- Eu continuo solteira... As tias vão bem todas morando juntas.
- Nossa, Camila, faz quanto tempo que a gente não se vê? Uns...
- Não fala que eu morro de vergonha, to ficando velha.
- Que nada...
- Verdade Rô... Mas nossa eu me lembro de você jogando bola na 5 série! Eu estava na oitava e seu irmão era meu melhor amigo lembra?
- Claro que lembro! Você era a única amiga mais velha que eu tinha que me tratava como um ser pensante ao invés do irmãozinho mais novo do melhor amigo.
Sorri. Era verdade. Rodrigo apesar da diferença de três anos, que na época de colégio fazia uma diferença enorme, não era de forma nenhuma, crianção. Gostava de ouvi-lo falar sobre suas paixões: o RPG, as artes marciais e, claro, as garotas. Durante os recreios eu o procurava na cantina onde dividíamos uma Coca e, quando havia dinheiro, um x - tudo com direito a todas as porcarias engordativas que tínhamos direito. Bons tempos.
- Você vai à reunião da turma no sábado?
- Vou sim Rô, to morrendo de saudades de todos lá.
- Então nos vemos no Colégio no fim de semana.
- Ok! Beijo pra vc e outro pra Bia
- Será dado... Tchau

No sábado cheguei relativamente cedo ao colégio. Se tem uma coisa que pode ser deprimente ou emocionante são essas reuniões estilo vinte anos depois. Você acha todo mundo mais velho, alguns com filhos outros não, mas o papo costuma descambar depois de algumas horas pra depressão braba.
Pra minha sorte não foi o que aconteceu naquela noite. Revi amigos que há muito não tinha notícias, bati papo, dancei horrores. Só não consegui achar o Rodrigo em lugar algum. Depois de 3 horas de festa achei que ele não mais viesse.
Sentei num canto pra descansar os pés dos saltos altos e:
- Já cansou? O que aconteceu com a Camila rainha do baile dos velhos tempos?
Levantei meu olhar apenas pra dar com Rodrigo me olhando com um jeito divertido e carinhoso
- Oi moço! Achei que não vinha mais.
- Imagina se eu ia perder a reunião...
- E eu não cansei não senhor, tô só arrumando o sapato pra voltar pra pista.
- Se é assim, acho bom você me dar o prazer desta dança, topa?
A música estava acabando e respondi:
- Pode ser a próxima?
- Claro!
Foi o tempo de eu parar de esfregar os pés e os primeiros acordes de Heaven do Brian Adams encheram o salão:
- Ta com sorte Camila: uma música lenta
Ri. Ele delicadamente me tomou nos braços e saímos dançando.
- Você se lembra dos nossos bailinhos de garagem?
- Lembro sim.
- Eu tentava chegar com o corpo mais perto de você e você colocava o braço no meio dizendo que não pegava bem...
- Mas naquela época não pegava bem mesmo Rô...
- Hoje eu posso?
- Pode claro.
Ele me aninhou junto ao peito dele e eu o segui. De repente senti que meu corpo reagia ao dele: meu coração começou a bater mais rápido, minha respiração acelerou. Ele tinha um corpo quente e cada vez se enroscava mais em mim, deslizando as mãos pelas minhas costas nuas. Minha respiração de ofegante tornou-se um arfar. Um arrepio correu minha coluna acima, senti meus mamilos enrijecerem.
- Camila, você está bem?
- Estou sim por quê?
- Você ta tremendo inteira, parece uma vara verde...
- É o frio Rodrigo. Esse vestido ta um pouco decotado demais pro clima – menti
- Aliás, um vestido bonito esse o seu
- Obrigada você também está muito elegante.
Ele sorriu e tornou a me aninhar em seu peito. Não agüentando a tortura de tê-lo tão perto deslizei os dedos por sua nuca com vagar. Ele me estreitou mais ainda se isso fosse possível e com torturante delicadeza se pôs a cheirar meus cabelos:
- Você tem um cheiro tão bom... E uma pele tão macia Camila - disse baixinho
Minha boca se encheu de água. Senti os lábios de Rodrigo tocarem os lóbulos da minha orelha e se dirigirem para meu pescoço.
Subitamente a música acabou. Coloquei uma distância segura entre nós dois, agradeci a dança e saí. Precisava pensar.
Corri para o lugar onde mais me sentia segura: o parquinho. Relembrei as brincadeiras que fazíamos lá, Rô e eu, das disputas pra quem se balançava mais alto, as carreiras no polícia e ladrão e de como eu sempre o deixava escapar da cadeia improvisada que fazíamos com as carteiras.
Senti uma dorzinha no peito ao lembrar disso tudo... E agora? Quem me aparece? Um homem feito, meigo, simpático e muito muito muito casado. Deus...
- Camila?
- Ah, oi Rô!
- O que está fazendo aqui? Estava te procurando feito louco lá na festa
- Ah, eu resolvi dar uma voltinha, tomar um ar
Ele me olhou desconfiado:
- Tomar um ar? Você nunca foi disso...
- É a idade, é a idade...
O riso de Rodrigo encheu o ar:
- Estava com saudades suas Camila. Senti falta de nossos papos
- Eu também, Rodrigo, eu também.
Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa ele me deu um longo abraço. Senti minhas pernas bambas.
-Rodrigo, eu...
- Hum?
Que hora eu fui escolher pra levantar a cabeça e olhá-lo. Em questão de segundos nossas bocas estavam coladas, as línguas se perseguindo famintas. Perdi o chão.
Eu estava beijando Rodrigo.
As mãos dele agora faziam o caminho inverso: subiam pelas minhas costas, deslizavam pelos meus braços abaixo iam e voltavam. Suspirei sem poder me conter.
Fui retirando a camisa de dentro da calça dele para poder sentir a pele dele em minhas mãos aí foi a vez dele gemer. Ele deslizou as alças do meu vestido para baixo e passou a acariciar meus seios com a língua, enquanto me encostava numa parede próxima.
Instintivamente abri as coxas e ele com muito cuidado colocou as mãos por dentro da minha calcinha e iniciou um carinho ritmado com os dedos
- Camila, você está tão molhada... Nossa...
Com um pouco de pressa desabotoei sua calça querendo tomá-lo em minhas mãos, mas ele não deixou:
- Relaxe, Camila, deixe acontecer...
Fechei os olhos e permiti que ele me acariciasse como quisesse. Por várias vezes ele me levou quase ao gozo, mas parava segundos antes da minha explosão. Aquilo foi me deixando maluca de desejo:
- Rodrigo, por favor...
- O que você quer?
- Você sabe o que eu quero
- Então me diga, me fala
- Eu...
- O que você quer Camila?
- Você... Todo... Dentro... De mim...
Ele afastou minha calcinha pro lado e me penetrou soltando um gemido:
- Era isso que você queria?
Não tive forças pra responder. Meu corpo estava pegando fogo.
Rodrigo passou a arremeter devagar me levando a um completo desvario. Entrelacei sua cintura com minhas pernas e me deixei levar. Quando o gozo veio estávamos exauridos.
Devagar ele me colocou no chão de novo.
- Rodrigo, eu...
- Carol, tudo bem. Aconteceu não tem como voltar atrás.
Sorri tristemente
- Mas você é casado...
- Sou e por isso não contaremos nada.
É. Ele era casado. Acho que foi isso que me fez querê-lo mais.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Cadeirante


A fome que eu tenho dele é algo incontrolável. Desde o primeiro dia. Dizer que é uma coisa de pele é fazer um resumo simplório do que sinto quando ele me toca.
Talvez essa fosse só a história de duas pessoas que se curtem, mas com um detalhe: ele está numa cadeira de rodas.
O conheci no orkut. Confesso que o que me chamou a atenção nele foram os olhinhos puxados... como sempre brinco: “eu e os moços orientais”. Desde o primeiro momento de conhecimento eu me vi enfeitiçada por ele.
Nosso primeiro encontro foi no cinema. Ele teve a paciência de assistir comigo dois filmes na seqüência. Finalmente eu encontrava uma vitima pras minhas “maratonas filmíficas” como as chamo.
Ele foi de muito bom grado, veio me buscar em casa e tudo. Um doce de pessoa.
No meio de um dos filmes, nossas mãos se encontraram. O frio na barriga que eu senti foi algo indescritível e com um carinho tão inocente daqueles... Eu não entendia as reações do meu corpo, não naquela intensidade nem naquela rapidez.
No fim da noite depois de resistir bravamente dentro do cinema, não consegui mais me segurar e acabamos nos beijando timidamente. Um beijo só sem grandes afetações, um “selinho” como costumávamos chamar no colégio.
No dia seguinte saímos novamente e eu sabia que já estava fadada a terminar o encontro nos braços dele. Não deu outra: ao me deixar em casa, aí sim, um beijo longo e doce me foi roubado. Deliciosamente roubado. Meu coração pulsava tão forte que por um momento eu esqueci onde estava.
Eu era uma menina reaprendendo a conhecer a boca de um homem.
Nossos encontros se seguiram, afinidades foram sendo descobertas, papos foram ficando mais longos. Em termos de agitação eu não acreditava na capacidade dele.
Até o apelidei de formiga atômica dada a velocidade e intensidade com que fazia as coisas: chegou ao absurdo de eu ter que correr atrás da cadeira de rodas...
Num sábado inesquecível veio o convite para que passássemos a tarde juntos, sozinhos.
A primeira vez que ele me teve nos braços eu estava nervosa. Nervosa por não saber o que fazer. Nervosa por querer acertar. Nervosa pelo medo que sentia. Nervosa por não saber explicar o que nele me despertava tanto desejo assim. Lembro de ter me despido e de ter a ajuda dele para tanto. De vê-lo se despir e querer mais que tudo, naquele momento, enchê-lo de perguntas, de saber do que ele gostava, do que eu deveria dizer, do que eu deveria fazer, mas as palavras não saíram.
Estreitei meu corpo junto ao dele. Ele era tão quente, tão doce. Devorava minha boca com beijos longos, me afagava as costas, os cabelos, o pescoço. Pele com pele, eu o sentia pulsar sob o toque dos meus dedos, respiração ofegante. Ele me ensinou a fazer amor com o corpo todo, com toques sutis, com vagar, com doçura.
Jamais esqueci aquela tarde. Jamais vou esquecê-lo.