quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O Evangelho segundo...

Eu nunca pensei que fosse gostar tanto de andar de moto. Tudo bem que minha paixão pela velocidade, em especial sobre duas rodas, é algo que me acompanha desde sempre, mas dessa vez não era o que estava debaixo de mim que me excitava e, sim o que eu enlaçava pela cintura e que se localizava a minha frente.
Na primeira vez em que fui de carona na garupa dele até que estava relaxada. Ele sabia pilotar bem a fera e eu não me senti nem um pouco insegura. De repente, numa das muitas curvas e voltas acertamos sem querer um buraco e instintivamente eu me colei toda nele apertando minhas coxas em sua volta:
- Ai Rafaela, essa chave de perna... - exclamou baixinho
- Olha, eu não fiz de propósito - respondi corando até a raiz do cabelo – foi reflexo, desculpa.
- Eu sei, mas imagina quando for de propósito. Nossa...
E por que ele disse isso? Claro que minha mente saiu vagando contemplando a idéia de me enroscar toda nele e...
Me recriminei baixinho. “Ele tem sido tão bom amigo e eu viajando nas possibilidades...” Mas como ignorar aquele corpo quentinho junto do meu?
Quando chegamos ao cinema naquele dia eu nem estava muito preocupada com o que pudesse acontecer. Nenhum de nós tinha muita certeza do que estava rolando e eu, recém chutada do que eu considerava um namoro feliz, pisava em ovos morrendo de medo de me envolver fosse da forma que fosse.
Sentados no escuro da sala ficamos de mãos dadas até que senti seus dedos deslizarem com vagar pela minha coxa e sutilmente tocarem a costura da calça jeans que eu usava. Não sei dizer se ele queria me atiçar ou foi algo impensado,mas não importou: senti como se meu estômago estivesse muito leve, um frio na barriga enorme, uma louca vontade de entreabrir as pernas e me deixar acariciar. Contei até 10 e, usando de toda a minha força de vontade, mudei de posição cruzando as pernas.
Mas ele era tenaz no que queria e me puxou pra perto pra um beijo. Nesse momento todos os meus nobres escrúpulos, meu autocontrole foram deixados de lado. Ele, com aquela lingua esperta, marota mesmo me tirava do ar... no exíguo espaço entre as duas cadeiras eu quis muito me aninhar nele mas não pude.
Voltei a sentar no meu lugar e ele voltou a tomar minha mão. Permanecemos comportados até o fim do filme.
No caminho de volta pra casa eu rezei pra todos os santos pra que não houvesse nenhum buraco na rua, prece difícil de ser atendida em uma cidade como São Paulo,mas até que a viagem foi feita sem incidentes e, ao chegar me sentia mais dona do meu corpo:
- Escuta, você quer subir um pouco?
- Até pode ser...
Sentamos na sala e desandamos a bater papo. Sempre foi assim conosco desde o primeiro dia de conhecimento: emendávamos um assunto no outro, rimos muito juntos. De repente uma longa pausa. Nossos olhares se cruzaram e um beijo aconteceu.
Eu fiquei estática num primeiro momento. Deixei que ele me quebrasse pouco a pouco os últimos resquícios de resistência.
Ele me abraçou deslizando as mãos pelas minhas costas, mordiscando com vagar meus lábios descendo uma boca faminta pelo meu pescoço.
Eu arfava baixinho... ele me estreitou mais nos braços e deslizou as mãos por baixo da minha blusa tocando minha pele com carinho. As mãos eram quentes como todo o resto dele.
Acredito que nunca fui despida tão rápido assim. Sentia que meu corpo não mais me pertencia, parecia ter vida própria. Quando vi eu já estava nua, as coxas afastadas:
- Vem um pouco mais para a beirinha... – disse e me puxou pelas pernas com delicadeza. Deslizei devagar na direção dele. Ele me beijou os seios, a barriga e foi descendo, descendo... eu mal podia me conter.
Numa combinação alucinante de língua, lábios e barba ele foi me enlouquecendo, me deixando entregue... eu não conseguia ficar parada, jogava meu sexo contra a boca dele, gemia, pedia, o chamava.
Naquela noite eu experimentei coisas que jamais havia sonhado, senti dores deliciosas, fui senhora, fui menina, fui vassala,fui mulher.

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