quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Morrendo de saudades


A clandestinidade sempre me fascinou. Os encontros furtivos, o coração descompassado, o telefone que toca quando menos se espera, tudo isso me instigava, me excitava, me acendia.
Dentre os meus companheiros desse delicioso pecado, um homem se destacou por ser a perfeita expressão do ditado “nunca julgue um livro pela capa.”
O conheci num dos muitos cursos que fiz. Um homem interessante e inteligente, casado, sem atrativos físicos,mas de grande carisma. Lembro que, num primeiro momento, ansiava pelas aulas dele porque gostava da matéria, da forma como ele ensinava, das piadas infames que surgiam entre os maçantes ditados sobre eficácia das leis, artigos e doutrinadores. Nunca o havia visto como homem, até que cometi uma gafe involuntária.
Num dia especialmente cansativo, enquanto ele tagarelava sobre algo relacionado a prazos processuais, eu me distraí e fixei meu olhar em um ponto indefinido enquanto divagava. Qual não foi minha surpresa quando, voltando à Terra, percebi que meu olhar estava diretamente direcionado para o pênis do professor.Percebendo a bobagem que havia feito, procurei desviar o olhar e, nossos olhares se cruzaram por um momento.
Naquele segundo e naquele olhar percebi nele um misto de embaraço,surpresa e de certa excitação. Essa mistura de inocência e malícia me esquentou o sangue e o baixo ventre.
Ao final da aula me atrasei um pouco na arrumação do material pra ver se ele tomava alguma iniciativa. Como ele não fizesse nada, decidi por me despedir e pegar o ônibus de volta para casa pois já era tarde:
- Boa noite, professor.
- Dra., por favor, espere um instante.
- Infelizmente, não posso, porque preciso tomar o ônibus e...
- Onde mora ?
- Na Liberdade.
- Fique tranqüila que, se for o caso, lhe darei carona.
- Ok, então. O que o senhor quer? Ajuda pra carregar as coisas?
- Sim, preciso ir até a secretaria.
- Deixe que eu ajudo.
Saímos, fomos a secretaria e de lá nos dirigimos ao subsolo do curso. Ele pediu que o manobrista trouxesse o carro. .Em seguida me perguntou o melhor caminho para minha casa. Entramos no carro e seguimos.
Nesse meio de tempo eu estava a mil, e minha mente vagava pensando nas várias possibilidades que aquela carona poderia me proporcionar. Para minha enorme frustração, o trajeto foi feito em silêncio, e eu me senti pateta por ter esperado tanto de uma simples gentileza.
Ao paramos em frente de casa como manda a boa educação despedi-me:
- Boa noite ,professor.
Ao me inclinar na direção dele para um beijo de boa noite no rosto, fui surpreendida com um selinho, muito de leve, nos lábios :
- Boa noite, doutora.
A situação foi tão surreal que por alguns segundo perdi o rebolado. Fiquei olhando pra ele com uma face atônita:
- Professor,eu..
- Não gostou?
Não respondi. Puxei - o para perto e colei minha boca na dele. Senti que ele começou a insinuar a pontinha de sua lingua entre meus lábios. Selei minha boca para provocá-lo, dando a ele trabalho para ter acesso para algo mais íntimo. Ele interrompeu o beijo e disse:
- Safadinha, você... quer brincar?
Ato contínuo passou a mordiscar a área em volta de minha boca, minando minha resistência,tomando conta da situação. Senti as mãos dele percorrerem minhas costas, me arrancando suspiros mais e mais altos. Me puxou para mais perto e com aquela língua ágil passeou por todos os recantos do céu da boca enquanto mergulhava os dedos entre os meus cabelos puxando-os de leve.
Protestei fracamente pois estava doendo um pouco;
- Calma, professor...
- Não... você tem me atiçou,mocinha,agora é hora de sentir um pouquinho do que senti hoje na aula.
- Mas o que aconteceu hoje na aula? - perguntei me fazendi de desentendida
- Você sabe muito bem. Pensa que não vi seu olhar? Não é de hoje que vejo a forma como você se porta. Parece me despir cim os olhos...
- Mas professor,eu...
- Eu não sou idiota,sei quando alguém se interessa por mim. Só que dessa vez EU mando no joguinho aqui...
Desabafo feito,tomou minha boca de assalto me envolvendo num abraço, desajeitado, é verdade, pois o câmbio do carro ficava no meio do caminho, mas que me excitou na hora. Não pude conter um suspiro.
Vendo que minha resistência tinha baixado um pouco, ele,com uma agilidade que nunca pensei que pudesse encontrar num homem daquele, me puxou para o colo dele. Sentada sobre suas coxas senti que seu pênis estava duríssimo. Decidida a enlouquecê-lo comecei a me esfregar contra ele com movimentos ritimados.
- Ai,que delícia,Dra...
- Achei que você iria gostar.
Retomamos os beijos e, senti que as coisas poderiam tomar um rumo um tanto complicado já que nunca havia namorado no carro e fazer isso em uma cidade como São Paulo é extremamente perigoso.
- Professor?
- Adoro quando você me chama assim,sabia?
- Vamos a outro lugar,aqui é perigoso...
- Você não gosta do perigo?
- Adoro,mas...
- Então, isso pode ser ajeitado.
Me colocando de volta no banco ele dirigiu o carro para um pedaço mais reservado da minha rua,estacionou e me recolocou na minha primitiva posição.
Os beijos continuaram e meu corpo todo latejava de prazer. Habilmente sentindo que eu ficava mais e mais entregue, ele desabotoou minha camisa e passou a acariciar meus seios:
-Vc tem lindos seios... - elogiou enquanto puxava meu sutiã para o lado a fim desnudar um bico de seio já intumescido. Ao ver o mamilo duro pela excitação, rodeou-o com os dedos e por fim passou a lambê los numa lentidão torturante e deliciosa.
Difícil descrever a sensação de ter todo o seu mamilo envolvido num mar quente de saliva e carne. Me pus a gemer enquanto involuntariamente abri minhas coxas.
Vendo minha falta de resistência, ele deslizou a mão por dentro de minhas coxas, baixou meu zíper e,com vagar,colocou o dedo médio entre meus grandes lábios:
- Nossa, vc esta bem molhada e - chupando o dedo - deliciosa...
Com facilidade ele encontrou meu clitóris que praticamente pulou para as mãos dele implorando para ser acariciado. Com cuidado ele começou um carinho delicioso,ritmado e eu me contorcia ainda sentada no colo dele. Procurando uma posição melhor apoiei a cabeça na junção entre o ombro e o peito dele, o que me deu total acesso ao pescoço que cobri com uma série de mordiscos e beijinhos. Ele estremeceu e aumentou o ritimo do carinhos o que me fez chegar muito perto do orgasmo. Segurei a mão dele e pedi:
-Não me faça gozar ainda...
- Por que?
- Quero curtir mais você... deixa?
Ele aliviou a pressão dos dedos e assentiu. Soltei o pulso dele. De repente ele retomou os carinhos e murmurou no meu ouvido:
- Mudei de idéia, Doutora...
Não tive tempo de reagir: com maestria ele foi me levando por um caminho sem volta até que senti os primeiros espasmos prenunciando o gozo. Gemendo alto, me agarrei a ele me jogando toda contra seu dedo,ickinando a cabeça para trás, e me deixei levar.
Passada a explosão fiquei molinha, molinha, largada nos braços dele ainda sentindo meu corpo tremer.
- Gozou gostoso,Dra... -disse ele enquanto roçava a barba carinhosamente em meu rosto.
Sorri preguiçosamente:
- Estava tão bom... mas, e vc?
- Não se preocupe comigo. Vou cobrar com juros num próximo encontro...
Daquele dia em diante ir a aula se tornou um programa altamente excitante. Trocávamos olhares furtivos durante as explicações, sorrisos cheios de malícia.Nos escondíamos nas escadas para curtas sessões de beijos e carinhos. Eu inventava grupos de estudo pós aula para encontrá-lo, ele me esperava dentro do carro num canto escondido do estacionamento e eu ia, coração aos pulos, sedenta por aquela boca,aqueles dedos que me ensinaram tanto e me faziam gritar de prazer. Perdi as contas de quantas vezes após esses interlúdios ele foi me dar aula e ao final ele dizia baixinho em meu ouvido :“ adorei ensinar com seu cheiro em mim, doutora”.
De uma hora para a outra ele passou a me evitar. Fiquei desesperada de desejo. Me masturbava horrores em casa, olhos fechados lembrando dele. O orgasmo rápido me frustrava,me deixava com mais saudades. Sentia falta do gosto dele, da forma como ele me tomava nos braços.
Um dia não agüentei mais e resolvi provocá-lo em plena aula. Vesti uma saia comprida, mas com generosa fenda lateral e uma blusa de alcinhas e me sentei na primeira fileira.Depois de tanto tempo apartados pensei que talvez ele estivesse com vontade de mim novamente. Ledo engano:quando ele me viu pareceu nada sentir.
Aula finda, ele removeu o microfone da lapela e saiu da sala sem nem olhar pra trás. Me senti um lixo, inadequada e vulgar e, com lágrimas nos olhos fui até o banheiro, troquei de roupa e removi a maquiagem escorrida pelo rosto.
Já com minhas roupas de sempre, calça jeans,camiseta e cabelos presos, me dirigi ao elevador. Nessa altura o cursinho estava vazio e quando o elevador chegou, eu o adentrei sem nem me incomodar com eventual passageiro que pudesse aparecer. Entrei. Subitamente fui empurrada contra a parede, o elevador parou com um tranco, fruto por certo de alguém que apertou o botão de emergência, e uma voz muito minha conhecida se fez ouvir:
- Com saudades,Dra?
A última coisa que tive tempo de balbuciar antes de sentir minha calça sendo arrancada e algo quente e duro fazendo pressão para dentro de mim, escorregando em deliciosamente para dentro foi:
- Morrendo, professor,morrendo...

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